NÃO EXISTE SEGREDO PARA O CONTROLE DA CRIMINALIDADE
Mas, alguns fatores são
indispensáveis, a começar pelo planejamento estratégico que compreende:
policiamento inteligente; diagnóstico preciso; ajuste dos recursos, táticas
direcionadas; concentração na natureza territorial do crime; atuação em
parceria com a comunidade; operações planejadas e integradas e alto índice de
esclarecimento do delito. Não existe
segredo, o segredo é a polícia nas ruas, mas trabalhando em cima de um planejamento,
priorizando e prevenção e não apenas reagindo aos acontecimentos
POLO COROADINHO
No governo Zé Reinaldo e do
saudoso Jackson Lago, as comunidades comemoravam, com frequência, em seus
bairros, vários dias sem o registro de um homicídio. Posso citar a Liberdade,
Vila Flamengo, Vila Isabel Cafeteira... e o polo Coroadinho, onde a comunidade fez festa para
comemorar mais de 100 (cem) dias sem o registro de 1 (um) homicídio.
Infelizmente, hoje, as noticias são assustadoras, dando conta de que famílias
são obrigadas a se mudarem de lá por não suportarem mais a onda de violência
naquela comunidade.
DEPOIS QUE OS FATOS ACONTECEM O GOVERNO REAGE
Temos visto constantemente que quando um fato grave acontece o governo
reage. Mas essa reação além de momentânea já não surte os efeitos que surtiriam
antes. Analisem bem, se o governo age
depois que os fatos acontecem por que não atuou antes dos acontecimentos? Poupando
vidas, patrimônio e diminuindo gastos? A impressão que o governo passa é que
falta um planejamento estratégico para controlar o crime. Foi o que aconteceu depois
das mortes do Panaquatira, das mortes na ponte do São Francisco e agora com o
Coroadinho. Hoje o aparato da Secretaria de Segurança Pública tirou foto no
Coroadinho dizendo que vai ocupar o Bairro por tempo indeterminado. A pergunta é? Por que não ocupou antes? Se os gestores são os mesmos, o efetivo é o mesmo, os meios são os mesmos, o momento é
mesmo? Só posso acreditar que faltou o planejamento.
FALHA NA PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE
A prevenção, além de ser menos
onerosa é a melhor solução. A menos de dez anos atrás, contabilizamos 15
(quinze) dias sem o registro de um homicídio na Ilha de São Luís, isto
aconteceu no último ano do governo do Dr. Zé Reinaldo. Havia uma preocupação e
um empenho das equipes com a prevenção da criminalidade. De acordo com a análise
estatística, o planejamento era feito e a área que merecia maior cuidado era deslocado um oficial só para
aquela área (concentração na natureza territorial do crime), como exemplo, cito
a Liberdade que ficou sob a responsabilidade do hoje Major Sodré, mas os resultados
eram alcançados, sendo que no ano de 2006, não foram
registrados 300 (trezentos) homicídios
em toda a Ilha de São Luís. O acompanhamento era diário, onde todos prestavam
contas com suas áreas, se saísse da meta semanal o comandante de unidade teria
que se explicar. Obviamente que esses
resultados só foram possíveis porque a Polícia Civil era parte integrante do
planejamento e das operações integradas, bem como o indispensável apoio da
comunidade e outras instituições.
BARREIRA DA ESTIVA
A Estiva é a principal via terrestre
de entrada na Ilha de São Luís, bem como a principal entrada e saída de armas,
drogas, carros roubados e tantas outras irregularidades. Ultimamente a barreira da Polícia Militar não
está funcionando. A barreira da Estiva tem que funcionar 24 horas por dia, sob
o comando de um oficial, fazendo abordagens nos dois sentidos da BR, em
veículos, ônibus, caminhões, motocicletas, pessoas e outros meios de
transportes em busca de armas, drogas e outros objetos proibidos.
É inconcebível como um gestor de
segurança pública deixa aberta, sem
qualquer fiscalização policial a principal entrada terrestre de São Luís,
certamente, por que não está preocupado com a prevenção da criminalidade. Procedimento
semelhante ao da barreira da Estiva deve ser adotado com o Terminal da Ponta da
Espera, por onde se acessa de Ferry-boat; na Raposa; São José de Ribamar e
outros locais que não podem deixar de serem fiscalizados 24 horas por dia, para
evitar a entrada e saída de armas e drogas. O Governo precisa fechar
imediatamente estes pontos que já foram mencionados, além de cobrar
responsabilidade dos gestores da equipe de segurança pública.
Agora, tem um grande detalhe que
o governo do Estado não está dando a devida atenção. Naquela época não existia a
disparidade salarial que temos hoje entre os integrantes do mesmo sistema de
segurança pública, esta situação está causando uma desmotivação enorme no seio
da tropa da Polícia Militar do Maranhão que reflete na prevenção da
criminalidade. Se estas distorções não forem corrigidas, dificilmente os
resultados vão melhorar. Avante! Avante! Maranhão.
Francisco Melo da Silva é coronel
da reserva da Polícia Militar do Maranhão e advogado.
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